Filiado ao PT desde 1998. No PT, foi secretário nacional de Combate ao Racismo durante sete anos e trabalhou na Secretaria de Abastecimento, durante a gestão de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo, em 2022. De 2019 a 2021, dirigiu o SOS Racismo, serviço da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que acolhe denúncias de crimes raciais.
Foi na Prefeitura de São Paulo que se aproximou do hip-hop, mais especificamente de Afro-X e Dexter, integrantes do 509-E. Antes, na década de 1990, o estilo musical já tinha cruzado seu caminho quando se aproximou do movimento negro, após um caso de racismo dentro de uma delegacia.
Entre a infância e a juventude, Silva trabalhou oito anos como engraxate. No trajeto que fazia todos os dias procurando clientes, havia uma parada obrigatória na 11ª Delegacia de Polícia, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Lá, engraxava os sapatos de alguns investigadores e escrivães.
Em uma dessas ocasiões, após sujar a meia de um investigador, ouviu uma pessoa que passava no corredor o atacar. “Nem para isso essa raça serve”, disse o racista. “Aquilo ficou plantado na minha cabeça e, semanas depois, andando pela rua eu vi um panfleto jogado no chão, do MNU (Movimento Negro Unificado), da campanha ‘Mano, não morra e não mate’. Aí eu decidi ir na reunião, que acontecia na sede do Sindicato dos Radialistas, ali na Bela Vista”, lembra Silva.
Nas reuniões do MNU, conheceu Mano Brown, KL Jay e Edi Rock, integr
antes do Racionais Mcs. “Ali, eu fui criando consciência e entendendo o que tinha acontecido na delegacia. Então, fui me envolvendo com a questão negra e entendendo que eu tinha um problema de identidade.”